domingo, 1 de janeiro de 2012

O Mala e o Murdock e o engodo....



Mike Murdock no programa do Malafaia de novo: mais venda de bênçãos

Dia 31 de dezembro de 2011, mais uma vez, tivemos um programa Vitória em Cristo do Pr. Silas Malafaia especial, com a presença do Dr. Mike Murdock. Mais uma vez tivemos mais do mesmo, ou seja, uma rápida pregação (desta vez, sobre o Espírito Santo, tema do novo livro do pregador americano), seguido de apelo para ofertas voluntárias ao programa do Malafaia, com três promessas de bênçãos específicas para quem ofertar.
Enfim, de novo o de sempre. Desde 2009, o Malafaia tem nos “brindado” com as profetadas do Murdock e de seu conterrâneo Morris Cerullo. O valor da oferta alvo da profetada varia: R$ 900,00, R$ 610,00, R$ 1.000,00, R$ 911,00 e agora 12 parcelas de R$ 30,00. Melhor garantir um valor menor, pois quem já deu os valores mais altos e não viu as tais três promessas se realizarem, estão com um pé atrás.
E, como sempre, além da oferta básica de 12 x R$30,00, há a oferta para quem tem mais fé ($$$): 12 parcelinhas de R$ 1.000,00,com bênçãos em valores bilionários. E as promessas, como sempre, abarcam desde a salvação de toda a família até a unção financeira dos últimos tempos, na qual o ofertante ficará milionário por obra de deus. Só resta saber de qual.
Como analisar a pregação atual do Murdock é chover no molhado (vide todos os demais artigos sobre), desta vez fiz um paralelo entre essa e a última pregação do Cerullo, de julho de 2011. Na comparação, fica claro que ambos pregadores seguem um script básico, na intenção de manipular a vontade do telespectador e fazê-lo achar que é por vontade de Deus que está ofertando para o Malafaia. É um vídeo um pouco longo, cerca de 20 minutos, mas vale a pena. Só não é recomendado para quem tem estômago fraco, pois corre-se o risco de passar mal. Muito mal.
Assista ao vídeo e chegue às suas próprias conclusões. Da minha parte, infelizmente o Malafaia e seus colegas americanos estão caindo num poço sem fundo, movidos pelo dinheiro, poço esse que leva ao inferno. Que Deus lhes abra os olhos antes que lhes seja tarde demais. E que abra os olhos do Seu povo, para não cair nas falsificações daqueles que dizem Senhor, Senhor, dizem anunciar o Evangelho em todo o mundo, mas estão ensinando ao povo a amar mais as riquezas da terra que as do céu.
Em suma: é o Evangelho segundo Mamom.
Fiquem na Paz que excede todo o entendimento, nesse 2012 que já começou triste para o Reino de Deus.
VOLTEMOS AO EVANGELHO PURO E SIMPLES,
O $HOW TEM QUE PARAR!

Feliz Natal!

Porque um menino nos nasceu,
 um filho nos foi dado,
e o governo está sobre os seus ombros.
E ele será chamado
Maravilhoso Conselheiro,
Deus Poderoso,
Pai Eterno,
Príncipe da Paz.

Ele estenderá o seu domínio,
e haverá paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino,
estabelecido e mantido com justiça e retidão,
desde agora e para sempre.
O zelo do Senhor dos Exércitos fará isso.
Isaías 9:6-7

FELIZ NATAL NAQUELE EM QUEM TEMOS CRIDO!!!

Precisamos voltar ao Evangelho puro e simples no Festival Promessas da Rede Globo

É com muita tristeza de acabo de assistir à edição do Festival Promessas, evento patrocinado pela Rede Globo e que contou com a presença de vários artistas (pois só “louvam” cobrando cachê) e pastores gospel. Quem assistiu ao vivo, no Aterro do Flamengo (RJ), ouviu alguns pastores pregando durante os intervalos dos shows. Na edição da tv, isso foi cortado, afinal não dá audiência.
O que sobrou para o público da tv foi os artistas gospel cantando seus sucessos, apresentados pelo Serginho Groisman. Tudo bonitinho, mas será que foi para Deus?
A reportagem que saiu hoje no jornal Folha de São Paulo, replicada pelo Pavablog (http://www.pavablog.com/2011/12/18/a-festa-e-sua-hoje-e-um-novo-dia-de-um-novo-tempo-que-comecou-para-a-globo-e-os-evangelicos/) nos dá uma pista sobre os propósitos disso tudo, se é que alguém ainda não desconfiou.
Na reportagem, fica claro que esse festival gospel só existiu porque a Rede Globo está a cada dia perdendo audiência, precisando assim repor os telespectadores perdidos. Por outro lado, os que se dizem evangélicos estão em pleno crescimento, sendo hoje cerca de 20% da população. Assim, da mesma forma que houve a onda dos pagodeiros, a onda dos sertanejos, a onda do É o Tchan, a onda dos funkeiros, agora é preciso uma nova onda: a onda da música gospel.
Essa onda gospel está sendo testada há algum tempo. O mega-sucesso Faz um Milagre em Mim, do Regis Danese, estourou há algum tempo atrás em todo o país, sendo tocado também nas versões pagode, sertanejo e forró. Antes dele, o tal do Restitui. Esses sucessos mostraram que há um grande público ávido por músicas que falem de transformação pessoal, vitória, restituição e afins, e é claro que a Rede Globo viu aí um belo nicho de mercado a ser explorado.
Tudo bem, escolhido que a nova onda musical seria a evangélica, um problema: como se achegar a esse público, já que a Globo por anos foi considerada uma inimiga, também contribuindo para isso ao fazer minisséries sobre pastores corruptos, ou colocar uma personagem crente santinha-do-pau-oco numa novela das nove? Aí entra o Silas Malafaia.
O pr. Malafaia há tempos quer entrar na Globo. Seu grande sonho – e ele discorre sobre isso em alguns dos seus programas – é de ter um horário na Vênus Platinada. Daí a aceitar um convite da Globo para uma reunião, foi um pulinho. Nessa reunião, segundo a reportagem da Folha, o Malafaia sugeriu à Globo o tal Festival Promessas, como forma de se aproximar do público evangélico. A idéia foi aceita, mas como tudo precisa ser preparado, subliminarmente a Globo passou, nesse ano, a apresentar reportagens sobre eventos evangélicos (como as Marchas para Jesus) e a mostrar trabalhos sociais de algumas denominações, entre as quais os do Malafaia.
Missão dada, missão cumprida. E missão culminada hoje, onde no final do programa gospel global tivemos a triste surpresa de ver o Malafaia anunciando uma bíblia, editada pela Central Gospel. Isso na Rede Globo!!!
Enfim, já não são mais necessárias mensagens subliminares. Literalmente falando, o Malafaia fez comércio da Palavra de Deus na chamada Vênus Platinada. Quem tiver olhos para ver,  que veja.
Quem assistiu ao programa da Rede Globo pode ver, em rápidos flashs da multidão, lá no fundo umas faixas estendidas. Pois é, estava lá a turma do Movimento pela Ética Evangélica Brasileira com as camisetas e as faixas denunciando as heresias em nome de Jesus. Há dois vídeos sobre essa participação, que foi muito proveitosa pois muitos que ali estavam foram conversar sobre o porquê do protesto. Abaixo o vídeo reduzido, com aproximadamente 15 minutos. Há outro, com cerca de 39 minutos, com a filmagem integral (http://www.youtube.com/watch?v=_1LKwA7Ytp8):
Engana-se completamente quem crê que o acordo Rede Globo x Evangélicos será para que o Brasil se torne do Senhor Jesus. Na verdade, não passa de mais uma artimanha daquela que levanta e derruba quem ela quer aqui no Brasil. Essa emissora sugou ao máximo os pagodeiros, os sertanejos, os grupos de axé, os funkeiros, e fará o mesmo com os gospel, e após ninguém mais aguentar ouvir esse tipo de música o fará com outros estilos musicais. Não tem nada de bom nessa parceria, a não ser para os próprios cantores, que lucrarão horrores com a venda dos cd’s e shows pelo Brasil. Fora isso, nada de novo debaixo do sol. O Brasil continuará uma terra de desigualdades, a maioria dos evangélicos continuará indo nos domingos na igreja para pedir restituição e vitória financeira, sem se importar com o próximo ao lado. Enfim, o Império Global não será de forma nenhuma afetado. Ao contrário, pela Som Livre, a Rede Globo poderá controlar mais proximamente os tais gospel.
Quem tem olhos de ver, que veja. A Bíblia já nos alertava que no fim seria assim, que nos conformaríamos com o mundo, que o amor de muitos esfriaria, que cometeríamos apostasia. Mas a Palavra de Deus também dá um alento de esperança: um pequeno remanescente não se dobrará aos deuses desse mundo (Mamom, Vênus, Belial, etc), e sofrerá perseguições por amor a Jesus Cristo.
Que venham as perseguições, para a honra e glória de Deus.

A Teologia da Prosperidade numa versão “bonitinha” e emocionante, para melhor enganar VOCÊ

Há algumas semanas, o Ministério Transforme Seu Mundo (TSM), dos pastores Rozane e Altomir Cunha, têm colocado em seu programa semanal de tv (arrendado do colega Pr. Silas Malafaia) na Rede TV um vídeo chamado “Semente”, onde mostram, numa edição que objetiva emocionar e manipular os telespectadores, a importância e o poder da tal “Lei da Semeadura ou da Colheita”. Essa lei tem sido divulgada nacionalmente nos programas do papa gospel da Teologia da Prosperidade, o Malafaia em pessoa.
Enfim, disponibilizamos o tal vídeo, com alguns comentários inclusos, que realçam passagens bizarras da explanação da pastora. É de chorar, é muito triste, mas mostra como os demônios podem se travestir de anjos de luz, ensinando abertamente heresias como se fossem algo divino e maravilhoso. Atentem para as imagens positivas e o tom de voz da pastora, escolhidos para dar uma ênfase espiritual e de bondade e amor à tal falsa doutrina.
Tristes esses dias em que vivemos, onde presenciamos o amor de muitos, ao próximo e a Deus, esfriar. E onde observamos crescer, na mesma medida, o amor ao dinheiro e aos tesouros aqui da terra.
VOLTEMOS AO EVANGELHO PURO E SIMPLES,
O $HOW TEM QUE PARAR!

Twitcam do Evangelho Puro e Simples – 02/12/11

Ontem à noite promovemos o primeiro encontro virtual sobre o tema Evangelho Puro e Simples, com apresentação do Josef e comentários de Paulo Siqueira. Em breve, faremos novos encontros, e quem quiser participar basta adicionar o grupo do Facebook Evangelho Puro e Simples – O $how tem que Parar!, pois lá colocaremos as datas e horários.
Bom final de semana, na Paz que excede todo o entendimento humano!
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Livro polêmico revela “segredos sujos” sobre o pastor Mike Murdock

Do blog Para Esses Dias
Salomão ficou famoso nas páginas da Bíblia por sua sabedoria, bem como pelas mulheres que colecionou e pela lendária fortuna que acumulou. Entre os televangelistas que fizeram fama no mundo gospel, alguns ficaram conhecidos por ministérios de cura, outros por enfatizar a prosperidade e alguns por afirmarem ser capazes de realizar milagres.
O pastor Mike Murdock se diferencia entre a maioria deles por enfatizar justamente a necessidade de sabedoria. Ele escreveu dezenas de livros sobre o assunto e criou, inclusive, o Centro de Sabedoria, sede de seu ministério em Fort Worth, Texas.
Mas quando ele se tornou famoso, aparecendo em programas diversos e sempre comparando a busca por sabedoria com o acúmulo de riquezas, passou a chamar atenção de muita gente dentro e fora da igreja.

O jornal texano Star-Telegram fez, em 2003, uma série de reportagens investigativas sobre O Centro de Sabedoria e o ministério de Mike Murdock. A questão levantada pelos repórteres era o acúmulo de riquezas por um pastor que afirmava manter uma organização sem fins lucrativos. O jornal, dedicou um grande espaço para mostrar os jatinhos e carrões que ele possuía, além dos esplendores da imensa propriedade de 7 hectares que Murdock mantém em Argyle, Texas.
Ex-missionário lança livro contando bastidores do ministério do Pastor Mike Murdock e o acusa de vícios e prostituiçãoNaquela ocasião, o Star-Telegram contou com o apoio da Trinity Foundation [Fundação Trindade], que se descreve como uma organização disposta a “monitorar e investigar a fraude religiosa desde 1987”. O próprio pastor Mike contou, quando esteve no Brasil, que depois de muitas investigações do departamento de Imposto de Renda e do jornal, nada ficou provado e ele nunca foi condenado.
Em 2011, novamente Mike Murdock e seu ministério estão sendo acusado de fraudes, mas de uma maneira diferente. O ex-missionário Brian “Trey” Smith publicou um livro chamado “Thieves: A dirty TV pastor and the man who robbed him” [Ladrões: um pastor da TV desonesto e o homem que o roubou], onde descreve, com riqueza de detalhes, os bastidores do ministério de Murdock e sua obsessão, a exemplo de Salomão, por mulheres e riquezas.
Em 1998, Trey estudava no seminário Cristo para as Nações, em Dallas. Seu melhor amigo naquela época era Jason Murdock, filho único do pastor Mike. Ele diz que rapidamente passou a ficar íntimo da família e passava horas na mansão da família e conheceu uma “sala secreta”, que possuía alarmes eletrônicos e abrigava um grande forte.
Trey e Jason passavam horas naquela sala, experimentando os caros relógios Rolex, pulseiras de ouro e anéis de diamante, jogando cara ou coroa com valiosas moedas antigas e folheando uma grande coleção de revistas pornô. Eles também faziam uso de bebidas alcoólicas e drogas.
Aos poucos, Trey relata que foi ficando com raiva de ver o pastor Murdock aparecer na TV o tempo todo falando sobre Deus enquanto vivia uma vida que não condizia com suas pregações. Ele relata que o pastor Murdock mantinha um mini-zoológico, que incluía inclusive um leão de estimação, várias limusines e vivia acompanhado de prostitutas de luxo.
Em seu livro ele descreve a situação assim:
“Considerava a sala secreta de Mike uma conta pessoal, onde podia fazer saques pequenos enquanto, em troca, mantinha minha boca fechada. É um fardo viver em uma bolha cristã, sem nunca poder falar sobre o paraíso escondido do pregador, com prostitutas siliconadas, brinquedos sexuais, pornografia pesada, e tudo que o dinheiro podia comprar… Em minha mente, era tudo um comércio, um arranjo sórdido…
Naquela época, eu entrava no closet do pai do meu melhor amigo como o cara que descobriu a tumba do faraó. Havia caixas e caixas de anéis, braceletes e colares de ouro, moedas raras e uma desorganizada coleção de selos muito valiosos… Mas nada se comparava ao que imaginávamos haver dentro do grande cofre, que ficava no meio do quarto. Nunca conseguimos abri-lo, mas passei a deseja-lo. Sonhava com isso, fantasiava como seria… Não queria apenas roubar o seu dinheiro… Mais do que isso, eu tinha realmente aprendido a odiar aquele homem e tudo que ele representa.
Odiava as mentiras, o engano, a ganância, os acordos de bastidores, os segredos, o sexo e toda a dor que ele causava aos cristãos falando sobre a necessidade de eles terem fé no “deus dólar”. Para mim, dentre os televangelistas, Mike Murdock era o pior. Enquanto o mundo estava assistindo-o pregar de terno, gravata e Bíblia aberta em suas telas de televisão, eu conhecia os lugares que ele nunca mostraria perante as câmeras.
Eu sentia que todos seus mantenedores tinham sido injustiçado. Iria apenas consertar as coisas. Eu sabia que praticamente nada daquele dinheiro era destinado para o que Murdock chamava de “instituições de caridade.”Eram apenas uma fachada que ajudavam a manter seu desejo por ter ouvintes obedientes, posses terrenas, contas bancárias de grande porte, mulheres bonitas, escapadas sexuais e sede de poder. Por todas estas razões, eu não me sentia nem um pouco mal por tomar até o último centavo que ele tinha. Eu não era herói. Eu tinha me tornado um canalha sujo e podre como todos eles.”
Trey acabou usando seus conhecimentos e familiaridade com a mansão para roubar o cofre de Murdock enquanto ele estava em sua viagem anual a Israel em 1999. Sabendo a combinação dos alarmes, entrou na sala secreta e fugiu para o México. No relatório para a polícia, Murdock afirmou que no cofre havia 125 mil dólares, nos vídeos disponíveis na internet ele diz que foram milhões. Trey afirma que foi tudo uma armação, o pastor teria colocado pilhas de papel cortadas do tamanhão de notas verdadeiras e escrito um bilhete dizendo que jamais perdia, que sua fortuna estava a salvo no banco e que iria atrás do ladrão. Com medo do que podia acontecer, Trey fugiu para o México sem dinheiro e com mais raiva ainda do pastor.
Depois de extensa investigação nos Estados Unidos, provas contra Trey foram reunidas, mas ele estava fora do alcance da lei americana. Murdock então contratou investigadores particulares que o rastrearam quando ele voltou para os Estados Unidos.
Ele respondeu por esse roubo e outras acusações e cumpriu pena numa penitenciária durante quase uma década. Enquanto estava preso, escreveu boa parte seu livro, onde diz relatar com detalhes muitos outros segredos do ministério de Murdock e também de outros pastores conhecidos.
Trey Smith agora se diz arrependido e livre das drogas, e que deseja mostrar ao mundo que está mudado. Afirma ter se reconciliado com Deus, mas continua disposto a mostrar quem realmente é o pastor Mike Murdock. Além de publicar Thieves de maneira independente em forma impressa e como ebook, Trey mantém o site godinanutshell.com que oferece várias informações sobre seu passado e traz “provas” de seu roubo e de todas as acusações que faz.
A revista texana D Magazine publicou o primeiro capítulo do livro e tentou ouvir o pastor Murdock ou alguém que pudesse falar em nome do Centro de Sabedoria. Não teve resposta.

Traduzido e adaptado por Gospel Prime de Dmagazine e Trinityfi

O Evangelho de hoje: autêntico ou sintético?

Li na semana passada o livro Evangelho de hoje: autêntico ou sintético?, de Walter J. Chantry, Ed. Fiel, apenas 74 páginas. Nesse livro, o autor demonstra, com base na passagem de Jesus e o jovem rico, que nossos métodos de evangelização nada têm a ver com os métodos de Jesus.
É um verdadeiro tapa na cara (para acordar!). Recomendo que todos leiam.
Abaixo, só para dar um gostinho, algumas partes do livro. Uma boa semana a todos, na Paz e Graça do Nosso Senhor Jesus Cristo.
“Temos herdado um sistema de pregação evangelística que não é bíblico. Esta tradição nem mesmo é antiga. A mensagem e os métodos de pregação evangelística empregados hoje em dia não podem ser traçados de volta aos Reformadores, nem aos credos da igreja da Reforma. [...] Pior ainda, não procedem das Escrituras, e sim de uma exegese superficial e de uma combinação imprudente do raciocínio humano com a revelação de Deus.
O produto resultante é um aglomerado perigoso do mesmo tipo daquele que Satanás utiliza para iludir os pecadores. [...] Vendendo outro evangelho à nossa geração, Satanás tem empregado muitas pessoas sinceras para anunciarem um Cristo destronado. As glórias do Salvador estão sendo ocultadas até mesmo para os seus servos, porque os pregadores não atentam exclusivamente ao evangelho da Palavra de Deus.
Com frequência, este evangelismo resulta em tristes exemplos de vida cristã. São pessoas que fazem uma profissão de fé e continuam a viver como o mundo. [...] Somente uma pequena parcela daqueles que “se decidem” [por Cristo] mostram evidências da graça de Deus, por meio de vidas transformadas. [...]
Tudo isso está relacionado à utilização de uma mensagem evangelística que não é bíblica. A verdade necessária à vida tem sido escondida em um nevoeiro de invenções humanas. Fundamentadas no vazio da lógica humana, milhares de pessoas têm sido levadas a acreditar que possuem direito à vida eterna e têm sido presenteadas com uma segurança que, na verdade, não lhes pertence. Os evangélicos aumentam as fileiras dos desiludidos com um evangelho pervertido. Muitos que “tomaram uma decisão”, em igrejas modernas, e que receberam a proclamação de que seus pecados foram perdoados se surpreenderão, como os clientes de Tetzel, quando ouvirem: ‘Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim’ (Mt 7.23). [...]
Notamos uma anemia na maior parte das pregações modernas, pois aquilo que constitui a vida e o sangue da mensagem, ou seja, a natureza e os atributos de Deus, estão ausentes. Os evangelistas centralizam suas mensagens no homem. O homem pecou e perdeu uma grande bênção. Se ele quiser recuperar esta perda imensa, deve agir segundo passos pré-programados. Mas o evangelho de Cristo é bem diferente. Começa com Deus e sua glória. Proclama aos homens que estes ofenderam o Deus santo, que de maneira nenhuma deixará estes pecados passarem em branco. Relembra os pecadores que a única esperança de salvação se encontra na graça e no poder deste mesmo Deus. O evangelho de Cristo leva os homens a clamar por perdão aos pés do Deus santo.
Existe uma grande diferença entre estes dois tipos de mensagens. Uma tenta estabelecer uma trilha aos céus para o homem, ignorando o Senhor da glória. A outra, trabalha para magnificar o Deus da graça plena na salvação de homens. A primeira daria uma resposta técnica para a pergunta: ‘Que farei para herdar a vida eterna?’, sem um fundamento adequado. A outra diz:
Um momento! O Deus com quem temos de lidar é três vezes santo, o Deus único, inatingível em sua gloriosa santidade! Retornaremos à sua pergunta no tempo próprio. Mas, de imediato, tire os olhos de você mesmo e fixe-o no Deus santo, apresentado nas Escrituras. Assim, você se enxergará como realmente é – uma criatura em rebelião contra um Deus infinitamente puro. Você ainda não está preparado para discutir sobre si mesmo e sobre a eternidade.
Isto não quer dizer que pregar a respeito do caráter de Deus é algo diferente de buscar a salvação de um pecador. Pregar sobre os atributos de Deus é essencial à conversão de homens. Sem um conhecimento de Deus, o pecador não sabe a Quem ele ofendeu, Quem o ameaça de condenação ou Quem é capaz de salvá-lo.[...]
Jesus fez com que o olhar egocêntrico do jovem rico [Mc 10.17-18] se voltasse para Aquele cuja santidade levou Isaías a clamar: ‘Ai de mim! Estou perdido!’ (Is 6.5). Esta é uma parte secundária do evangelho? Se pensa assim, você não entende as coisas básicas da fé. O jovem rico veio correndo, por entender que poderia deixar de herdar a vida eterna; mas não compreendia por que isso poderia acontecer. A quem ele havia ofendido? Ele não manifestava qualquer remorso por ter ofendido o Deus santo. Estava preparado para falar de religião, porém ele era ignorante a respeito de Deus. Estava desejoso de falar com Jesus sobre as alegrias da salvação, mas não podia confessar como o salmista Davi: ‘ Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mal perante os teus olhos’ (Sl 51.4). Ele não conhecia bem o Senhor.
[nota Estrangeira: A propósito, não é isso o que acontece atualmente, as pessoas aceitarem de boca a Jesus mas não terem o conhecimento de Deus? Não lhes é vendido um deus mercenário, que é obrigado a fazer nossas vontades se lhe damos em troca dízimos e ofertas alçadas? Não lhes é oferecido um deus mordomo, que nos serve pois somos 'filhos do Rei'? Ou seja, a coisa está mais feia do que supomos, pois muitas igrejas evangélicas estão fazendo o evangelismo de satanás. Que acordem enquanto há tempo!]
[...] Alguém pode argumentar: ‘Minha denominação diz que estas doutrinas não são essenciais, porque causam divisão. Causaria um terrível conflito em minha igreja, sugerir que a nossa preocupação em apresentar apenas o amor de Deus pode iludir os pecadores. Além disso, a pressão constante para se conseguir resultados não permite que tenhamos tempo para esse tipo de pregação’.
[...] Quando Jesus disse: ‘Vende tudo que tens, dá aos pobres’, Ele estava pregando o décimo mandamento de uma maneira prática. Cristo usou a Palavra de Deus – ‘não cobiçarás’ – para expor a ferida da cobiça na alma daquele homem. Este pecado estava invisível aos olhos dos homens; não se mostrava de maneira evidente no comportamento do jovem rico. Mas, com toda a sua corrupção e malignidade, a cobiça governava aquela alma. Como um dardo, a Lei de Deus penetrou a consciência deste jovem pela primeira vez.
Se Jesus tivesse apenas dito: ‘Não cobiçarás’, nosso jovem educado haveria respondido: ‘Não desejo propriedades ou a riqueza de ninguém; estou satisfeito com a minha posição na vida’. Apenas citar Êxodo 20 novamente não funcionaria. Jesus, então, traduziu o décimo mandamento em um teste prático, exigindo que aquele jovem abandonasse suas riquezas. O jovem amava sua riqueza mais do que a Deus e ao seu Filho; assim, ele se retirou. Mas quando se retirou, ele o fez completamente consciente de que era um pecador cobiçoso. [...]
Em vez de , em nome do amor, comprometer a verdade da santa Lei de Deus, nosso Senhor permitiu que o jovem rico se retirasse. Se Cristo tivesse ignorado o caráter inviolável da Lei perfeita, a fim de ganhar este pecador para Si, Ele teria destruído o verdadeiro amor, pois o verdadeiro amor está vinculado ao cumprimento dos mandamentos. O verdadeiro amor nunca negociará a verdade sobre a qual ele está estabelecido.
É necessário que os pregadores de hoje saibam como proclamar a Lei de Deus; porque, até que saibamos como ferir as consciências, não teremos o que curar com o bálsamo do evangelho. [...]
[nota Estrangeira: infelizmente, em nome de se alcançar as 'metas' de evangelização da igreja, nós passamos por cima da pregação sobre o pecado e a obediência a Deus, pois são assuntos que não costumam agradar à platéia. Em seu lugar, pregamos o quanto Deus é bom, maravilhoso, mordomo e disposto a nos fazer e dar tudo o que queremos. Isso não é e nunca foi pregar o Evangelho de Jesus. É, sim, o evangelho de satanás.]
As igrejas estão cheias de pessoas que professam ser crentes, mas que nunca ouviram que Jesus exige o arrependimento de todo aquele que anseia pela vida eterna. As pessoas se apressam a ‘aceitar Jesus como seu Salvador pessoal’, sem ‘vender tudo’. Nunca foram avisadas pelo pregador de que existe uma condição àqueles que desejam possuir tesouros nos céus, isto é, o arrependimento. Deste modo, os convertidos do evangelismo moderno são, frequentemente, tão mundanos após suas decisões como antes delas, porque fizeram a decisão errada. [...]
Nosso Senhor foi plenamente honesto com o jovem rico. Com toda a clareza, Jesus declarou que segui-Lo envolveria o tomar uma cruz. ‘Tome a sua cruz’, um instrumento de aflição. ‘No mundo, passais por aflições’ (Jo 16.33), o Senhor assegurou aos seus discípulos. Logo no início, o jovem rico foi informado que a obediência a Jesus traria desconforto e sacrifício. Ao abandonar os grandes deleites de suas paixões carnais, aquele jovem rico precisaria desistir daquilo que era legítimo no que se refere aos preceitos da Lei de Deus. Ele perderia muitos amigos. Precisaria gastar muitas horas num auto-exame e oração. O discipulado é algo que demanda muito de nossa parte.
Apesar de não ser intencional, o engano é uma característica dos apelos modernos, para que as pessoas venham a Cristo. Aqueles que ouvem as pregações são lembrados de que estão tristes, desanimados e mal-sucedidos. A vida é um grande peso para eles. Os problemas os rodeiam, e o futuro traz em si sérias ameaças. Então, os pecadores são convidados a vir a Cristo, que mudará tudo isto e colocará um sorriso em seus lábios. Ele é apresentado como um psicólogo cósmico que solucionará todos os problemas em apenas uma sessão. A disciplina exigida por Cristo nem sequer é lembrada. Ninguém levanta a voz para dizer que seguir a Cristo é sacrificial e árduo.
Não é surpreendente que muitos dos que ‘vão à frente’, para receber a pílula do evangelho moderno, nunca são vistos de novo. Eles reagem como um recruta para a marinha. O sargento que o recrutou disse tudo sobre ver o mundo, sobre a honra e a glória existentes no treinamento. Nada foi dito sobre o acordar de madrugada, sobre as marchas forçadas, sobre os plantões como sentinela. Ninguém mencionou o sangue, o fogo e o terror existentes no campo de batalha. Muitas vezes, o jovem ‘convertido’, após alguns dias de sua ‘profissão’ de fé, acorda e descobre que os problemas permanecem, e a lua-de-mel psicológica é encerrada tão rapidamente.[...]
A integridade exige uma maneira mais honesta de apresentarmos o evangelho. O inquiridor moderno merece ser tratado como o foi o jovem rico. Ele deve ouvir que o Senhor, para Quem estamos chamando-o, espere que ele também leve a sua cruz. Para marcar os corações com a seriedade da decisão, em vez de dizermos: ‘Levante-se e venha à frente’, seria melhor dizermos: ‘Sente-se e pense seriamente. Não tome esta decisão irrefletidamente; quando você decidir por este caminho, não poderá voltar atrás. Há um tesouro no céu, mas ele pertence àquele que toma a sua cruz, na terra’.
Somos chamados a pregar para ‘ossos secos’ (Ex 37). Como Ezequiel, no Antigo Testamento, somos colocados no vale deste mundo, que está cheio de ossos secos, que são os pecadores mortos. Deus nos ordena a profetizar para esses ‘ossos’ (v.4). O propósito de Deus é trazer à vida os que estão espiritualmente mortos, através da pregação. Estes ossos estão ‘sequíssimos’ (v. 2). Não existe neles o menor vestígio de livre-arbítrio. Mas, quando Deus soprar sobre eles, receberão vida e se tornarão em ‘um exército sobremodo numeroso’ que seguirá o Cordeiro – para o louvor da glória de sua graça poderosa.
Perceber isso fará com que focalizemos nossa atenção na oração humilde, para que o poder salvador de Deus nos venha assistir. Nossa confiança, então, descançará não na união organizacional ou nas técnicas psicológicas. [...] Não existe campanha que possa trazer a carne de volta a estes ossos. Nenhuma cooperação entre denominações conseguirá levantar este exército. Quatro passos fáceis nas mãos de evangelistas bem treinados não conseguirão dar vida nova aos pecadores. Somente Deus, trabalhando soberanamente através de um mensageiro fiel, pode ressuscitar os que estão espiritualmente mortos.”
VOLTEMOS AO EVANGELHO PURO E SIMPLES,
O $HOW TEM QUE PARAR!

Feliz Dia da Reforma Protestante – comemorando à moda de Lutero

Protestantes afixam as teses na IURD do Brás
Ontem à noite, enquanto escrevia um artigo sobre o dia 31 de outubro, veio-me uma vontade irresistível de sair pelas ruas de São Paulo afixando teses de conclamação à volta ao Evangelho puro e simples de Jesus. Mas, como fazer isso?
De improviso mesmo. Ligamos para algumas pessoas, e conseguimos a adesão do Josef. Então ele imprimiu a Declaração de Cambridge (que versa sobre as cinco solas: Sola Scriptura, Sola Fide, Solus Christus, Soli Deo Gloria e Sola Gratia) e, por volta da 1:00h da madrugada, saímos ele, o Paulo Siqueira e eu em direção à Moóca e ao Brás, onde se localizam as sedes de alguns ministérios que precisam se voltar ao Evangelho puro e simples.
Nossa primeira parada foi na R. Dr. Almeida Lima, onde se localiza o Renascer Hall. Havia alguns poucos carrões entrando àquela hora, possivelmente uma reunião de pastores ou bispos. As luzes internas estavam ligadas, e temíamos pela presença de seguranças (afinal sabemos dos seus métodos). Enquanto eu filmava, na minha “tecpix menos que genérica”, o Paulo e o Josef colaram as teses. Em seguida, saímos rapidamente.
Afixando teses na Adbras Ministério Madureira
De lá, fomos ao Brás, na Av. Celso Garcia, onde se localiza a sede da Adbras Ministério Madureira, do Pr. Samuel Ferreira. Colamos as teses no vidro de entrada, atravessamos a rua e fizemos o mesmo na Igreja Universal do Reino de Deus. Logo depois, partimos para a Rua Carneiro Leão, também no Brás, e afixamos as teses na entrada da Igreja Mundial do Poder de Deus. E então fomos embora, pois já era quase 3 da manhã.
Só posso dizer que toda a honra e toda a glória pertencem a Cristo, pois nada foi previamente planejado. Em poucas horas, imprimimos um texto e saímos pelas ruas, no início sem saber bem para onde ir. Mas creio que Deus nos direcionou, e que algumas pessoas puderam ler os textos antes que fossem arrancados. Se bobear, algum ainda deve estar afixado. A Deus toda a honra e toda a glória sempre.
Apesar da garoa, do frio, do medo de sermos pegos, foi uma experiência muito marcante para mim, e fico feliz de ter podido participar. Se hoje há milhares de crianças fantasiadas de bruxos e monstros batendo nas portas e divulgando o “dia das bruxas”, houve alguns cristãos que bateram nas portas das catedrais gospel “pregando” o Evangelho puro e simples de Jesus.
Não sei o que Deus vai fazer, mas alguma coisa Ele fará. Esse é um Feliz Dia da Reforma Protestante.
Frente da IURD do Brás
Frente da Adbras Ministério Madureira
Afixando as teses na Igreja Mundial do Poder de Deus Sede
Frente da Igreja Mundial do Poder de Deus Sede
Frente do Renascer Hall
Teses fixadas na entrada do Renascer Hall
Protestantes em frente da IURD do Brás

31 de Outubro: Dia das Bruxas para os Protestantes

Dia 31 de outubro deveria ser um dia para os cristãos comemorarem. Afinal, há séculos atrás, nessa data, Martinho Lutero afixou suas 95 teses na Catedral de Wittenberg, no episódio que a história relacionou com o início da chamada Reforma Protestante. Esse ato foi motivado pela venda de indulgências, simonia, nicolaísmo e demais abusos da Igreja Católica Apostólica Romana, a igreja cristã oficial da época.
Mas e hoje?
Acabo de atender à porta, onde havia três meninos aqui do prédio. Um vestido do personagem do filme “Pânico”, outro de vampiro, outro de fantasma. Gritaram “gostosuras ou travessuras”, e receberam um pacote de tortinhas de chocolate e algumas palavras sobre como Jesus é muito mais legal que as bruxas. Podem não ter dado atenção, já que os doces parecem mais interessantes, mas um dia, quem sabe, eles se lembrarão dessas palavras.
E não foi só aqui. Na última sexta eu estava em Catanduva, interior de São Paulo, e visitando o único shopping da cidade demos de cara com dezenas de crianças fantasiadas de monstros e bruxos, oriundos de uma escola de inglês da cidade, que resolveu se divulgar através do Halloween. A multidão de crianças ia de loja em loja, gritando o grito de guerra da festa, e recebendo doces que eram atirados pelos organizadores.
O que isso significa? Muitas coisas. Entre elas, que mais uma vez nosso Brasil importou lixo americano. Afinal, essa tal comemoração das bruxas é lixo. Fantasiar nossas crianças como monstros é lixo. Instigar nossas crianças a provocar vandalismos contra quem não lhes entrega doces é lixo. Assim como é lixo as roupas de cama vindas de hospitais americanos, provavelmente contaminadas e revendidas nas ruas do Recife. Assim como é lixo a Teologia da Prosperidade e outras invencionices gospel oriundas da América, e abraçadas como a última bolacha do pacote pelos brasileiros ávidos por novidades (afinal a sã doutrina lhes causa comichões nos ouvidos).
Também significa que as bruxas e os monstros parecem muito mais interessantes, para as crianças e os jovens, do que Jesus e os Heróis da Fé. Isso não é de se estranhar, se até para os adultos o Deus bíblico é inaceitável. Por isso, criou-se o “deus” evangélico, aquele que perdeu a soberania para se tornar mordomo dos homens; que deixou de ser rei e se tornou mercenário, trabalhando por dinheiro em forma de dízimos e ofertas; que perdeu o poder para fazer apenas aquilo que seus “filhos” determinarem. Se nem os adultos toleram um Deus que nos pede para carregar a cruz a cada dia, que nos promete tesouros nos céus e não na terra, por que com as crianças seria diferente?
Mais uma vez chegamos ao 31 de outubro. E mais uma vez o mundo urge para que Luteros afixem as 95 teses nas portas das catedrais gospel, hoje substitutas da Igreja Romana na venda de indulgências, simonia, nicolaísmo, unções estranhas, técnicas de marketing e auto-hipnotismo, exploração das emoções, macumbaria gospel, etc, etc, etc e etc. Atualmente a Igreja cristã vive em meio às trevas, sendo que muitas denominações literalmente sucumbiram a elas. Há muitos lobos em nosso meio, que devem ser exortados, e muitas ovelhas que, enganadas pelos lobos, correm o risco de se perderem.
Que Deus levante muitos Luteros, Calvinos, Zwínglios, Huss’es, muitos homens e mulheres que não se rendem a Baal e a Mamom, para que a Igreja volte-se à pregação da verdade, do Evangelho puro e simples de Jesus Cristo.
Que tudo seja para a honra e a glória do Senhor. Amém.

A Declaração de Cambridge: convocação para a igreja evangélica dos nossos dias

Comecei a ler Reforma Hoje: uma convocação feita pelos Evangélicos-Confessionais, de James M. Boice et al, Ed. Cultura Cristã. Esse livro nasceu de uma reunião de 120 pastores, docentes e líderes evangélicos de organizações paraeclesiásticas em Cambridge, entre 17 e 20 de abril de 1996. Essa reunião teve como propósito convocar a igreja da América ao arrependimento de seu mundanismo, e trazê-la de volta às doutrinas bíblicas apostólicas.
Abaixo, a transcrição da Declaração de Cambridge, escrita ao final da reunião. O livro traz mais 8 textos produzidos nessa reunião histórica, e na medida em que for lendo postarei alguma coisa por aqui. Mas quem puder adquirir o livro, a Ed. Cultura Cristã fica no bairro do Cambuci, em São Paulo.
Quem sabe não conseguimos, aqui no Brasil, fazer uma reunião semelhante pela volta das igrejas ao Evangelho puro e simples de Jesus  Cristo?
A Declaração de Cambridge
As igrejas evangélicas de hoje estão cada vez mais dominadas pelo espírito deste século em vez de pelo Espírito de Cristo. Como evangélicos, nós nos convocamos a nos arrepender desse pecado e a recuperar a fé cristã histórica.
No decurso da História, as palavras mudam. Na época atual isso aconteceu com a palavra evangélico. No passado, ela serviu como elo de união entre cristãos de uma diversidade ampla de tradições eclesiásticas. O evangelicalismo histórico era confessional. Acolhia as verdades essenciais do Cristianismo conforme definidas pelos grandes concílios ecumênicos da Igreja. Além disso, os evangélicos também compartilhavam uma herança comum nos “solas”da Reforma Protestante do século 16.
Hoje, a luz da Reforma já foi sensivelmente obscurecida. A conseqüência foi a palavra evangélico se tornar tão abrangente a ponto de perder o sentido. Enfrentamos o perigo de perder a unidade que levou séculos para ser alcançada. Por causa dessa crise e por causa do nosso amor a Cristo, seu evangelho e sua igreja, nós procuramos afirmar novamente nosso compromisso com as verdades centrais da Reforma e do evangelicalismo histórico. Nós afirmamos essas verdades e não pelo seu papel em nossas tradições, mas porque cremos que são centrais para a Bíblia.
Sola Scriptura: A Erosão da Autoridade
Só a Escritura é a regra inerrante da vida da igreja, mas a igreja evangélica atual fez separação entre a Escritura e sua função oficial. Na prática, a igreja é guiada, por vezes demais, pela cultura. Técnicas terapêuticas, estratégias de marketing, e o ritmo do mundo do entretenimento muitas vezes têm mais voz naquilo que a igreja quer, em como funciona, e no que oferece, do que a Palavra de Deus. Os pastores negligenciam a supervisão do culto, que lhes compete, inclusive o conteúdo doutrinário da música. À medida que a autoridade bíblica foi abandonada na prática, que suas verdades se enfraqueceram na consciência cristã, e que suas doutrinas perderam sua proeminência, a igreja foi cada vez mais esvaziada de sua integridade, autoridade moral e direcionamento.
Em lugar de adaptar a fé cristã para satisfazer as necessidades sentidas dos consumidores, devemos proclamar a Lei como medida única da justiça verdadeira, e o evangelho como a única proclamação da verdade salvadora. A verdade bíblica é indispensável para a compreensão, o desvelo e a disciplina da igreja.
A Escritura deve nos levar além de nossas necessidades percebidas para nossas necessidades reais, e libertar-nos do hábito de nos enxergar por meio das imagens sedutoras, clichês, promessas e prioridades da cultura massificada. É só à luz da verdade de Deus que nós nos entendemos corretamente e abrimos os olhos para a provisão de Deus para nossa necessidade. A Bíblia, portanto, precisa ser ensinada e pregada na igreja. Os sermões precisam ser exposições da Bíblia e de seus ensinos, não a expressão de opiniões ou idéias da época. Não devemos aceitar menos do que aquilo que Deus nos tem dado.
A obra do Espírito Santo na experiência pessoal não pode ser desvinculada da Escritura. O Espírito não fala em formas que independem da Escritura. À parte da Escritura nunca teríamos conhecido a graça de Deus em Cristo. A Palavra bíblica, e não a experiência espiritual, é o teste da verdade.
Tese 1: Sola Scriptura
Reafirmamos a Escritura inerrante como fonte única de revelação divina escrita, única para constranger a consciência. A Bíblia sozinha ensina tudo que é necessário para nossa salvação do pecado, e é o padrão pelo qual todo comportamento cristão deve ser avaliado.
Negamos que qualquer credo, concílio ou indivíduo possa constranger a consciência de um crente, que o Espírito Santo fale independentemente de, ou contrariando, o que está exposto na Bíblia, ou que a experiência espiritual pessoal possa ser veículo de revelação.
Solus Christus: A Erosão da Fé Centrada em Cristo
À medida que a fé evangélica se secularizou, seus interesses se confundiram com os da cultura. O resultado é uma perda de valores absolutos, um individualismo permissivo, a substituição da santidade pela integridade, do arrependimento pela recuperação, da verdade pela intuição, da fé pelo sentimento, da providência pelo acaso e da esperança duradoura pela gratificação imediata. Cristo e sua cruz se deslocaram do centro de nossa visão.
Tese 2: Solus Christus
Reafirmamos que nossa salvação é realizada unicamente pela obra mediatória do Cristo histórico. Sua vida sem pecado e sua expiação por si só são suficientes para nossa justificação e reconciliação com o Pai.
Negamos que o evangelho esteja sendo pregado se a obra substitutiva de Cristo não estiver sendo declarada e a fé em Cristo e sua obra não estiver sendo invocada.
Sola Gratia: A Erosão do Evangelho
A confiança desmerecida na capacidade humana é um produto da natureza humana decaída. Esta confiança falsa enche hoje o mundo evangélico – desde o evangelho da auto-estima até o evangelho da saúde e prosperidade, desde aqueles que já transformaram o evangelho num produto vendável e os pecadores em consumidores até aqueles que tratam a fé cristã como verdadeira simplesmente porque funciona. Isso faz calar a doutrina da justificação, a despeito dos compromissos oficiais de nossas igrejas.
A graça de Deus em Cristo não só é necessária como é a única causa eficaz da salvação. Confessamos que os seres humanos nascem espiritualmente mortos e nem mesmo são capazes de cooperar com a graça regeneradora.
Tese 3: Sola Gratia
Reafirmamos que na salvação somos resgatados da ira de Deus unicamente pela sua graça. A obra sobrenatural do Espírito Santo é que nos leva a Cristo, soltando-nos de nossa servidão ao pecado e erguendo-nos da morte espiritual à vida espiritual.
Negamos que a salvação seja em qualquer sentido obra humana. Os métodos, as técnicas ou estratégias humanas por si só não podem realizar essa transformação. A fé não é produzida pela nossa natureza não-regenerada.
Sola Fide: A Erosão do Artigo Primordial
A justificação é somente pela graça somente por intermédio da fé somente por causa de Cristo. Este é o artigo pela qual a igreja se sustenta ou cai. É um artigo muitas vezes ignorado, distorcido, ou por vezes até negado por líderes, estudiosos e pastores que professam ser evangélicos. Embora a natureza humana decaída sempre tenha recuado de professar sua necessidade da justiça imputada de Cristo, a modernidade alimenta as chamas desse descontentamento com o evangelho bíblico. Já permitimos que esse descontentamento dite a natureza de nosso ministério e o conteúdo de nossa pregação.
Muitas pessoas ligadas ao movimento do crescimento da igreja acreditam que um entendimento sociológico daqueles que vêm assistir aos cultos é tão importante para o êxito do evangelho como o é a verdade bíblica proclamada. Como resultado, as convicções teológicas frequentemente desaparecem, divorciadas do trabalho do ministério. A orientação publicitária de marketing em muitas igrejas leva isso mais adiante, apagando a distinção entre a Palavra bíblica e o mundo, roubando da cruz de Cristo a sua ofensa e reduzindo a fé cristã aos princípios e métodos que oferecem sucesso às empresas seculares.
Embora possam crer na teologia da cruz, esses movimentos na verdade estão esvaziando-a de seu conteúdo. Não existe evangelho a não ser o da substituição de Cristo em nosso lugar, pela qual Deus lhe imputou o nosso pecado e nos imputou a sua justiça. Por ele ter levado sobre si a punição de nossa culpa, nós agora andamos na sua graça como aqueles que são para sempre perdoados, aceitos e adotados como filhos de Deus. Não há base para nossa aceitação diante de Deus a não ser na obra salvífica de Cristo; a base não é nosso patriotismo, devoção à igreja, ou probidade moral. O evangelho declara o que Deus fez por nós em Cristo. Não é sobre o que nós podemos fazer para alcançar Deus.
Tese 4: Sola Fide
Reafirmamos que a justificação é somente pela graça somente por intermédio da fé somente por causa de Cristo. Na justificação a retidão de Cristo nos é imputada como o único meio possível de satisfazer a perfeita justiça de Deus.
Negamos que a justificação se baseie em qualquer mérito que em nós possa ser achado, ou com base numa infusão da justiça de Cristo em nós; ou que uma instituição que reivindique ser igreja mas que negue ou condene sola fide possa ser reconhecida como igreja legítima.
Soli Deo Gloria: A Erosão do Culto Centrado em Deus
Onde quer que, na igreja, se tenha perdido a autoridade da Bíblia, onde Cristo tenha sido colocado de lado, o evangelho tenha sido distorcido ou a fé pervertida, sempre foi por uma mesma razão. Nossos interesses substituíram os de Deus e nós estamos fazendo o trabalho dele a nosso modo. A perda da centralidade de Deus na vida da igreja de hoje é comum e lamentável. É essa perda que nos permite transformar o culto em entretenimento, a pregação do evangelho em marketing, o crer em técnica, o ser bom em sentir-nos bem e a fidelidade em ser bem-sucedido. Como resultado, Deus, Cristo e a Bíblia vêm significando muito pouco para nós e têm um peso irrelevante sobre nós.
Deus não existe para satisfazer as ambições humanas, os desejos, os apetites de consumo, ou nossos interesses espirituais particulares. Precisamos nos focalizar em Deus em nossa adoração, e não em satisfazer nossas próprias necessidades. Deus é soberano no culto, não nós. Nossa preocupação precisa estar no reino de Deus, não em nossos próprios impérios, popularidade ou êxito.
Tese 5: Soli Deo Gloria
Reafirmamos que, como a salvação é de Deus e realizada por Deus, ela é para a glória de Deus e devemos glorificá-lo sempre. Devemos viver nossa vida inteira perante a face de Deus, sob a autoridade de Deus, e para sua glória somente.
Negamos que possamos apropriadamente glorificar a Deus se nosso culto for confundido com entretenimento, se negligenciarmos ou a Lei ou o Evangelho em nossa pregação, ou se permitirmos que o aperfeiçoamento próprio, a auto-estima e a auto-realização se tornem opções alternativas ao evangelho.
Um Chamado ao Arrependimento e À Reforma
A fidelidade da igreja evangélica no passado contrasta fortemente com sua infidelidade no presente. No princípio deste mesmo século, as igrejas evangélicas sustentavam um empreendimento missionário admirável e edificaram muitas instituições religiosas para servir a causa da verdade bíblica e do reino de Cristo. Foi uma época em que o comportamento e as expectativas cristãs diferiam sensivelmente daquelas encontradas na cultura. Hoje raramente diferem. O mundo evangélico de hoje está perdendo sua fidelidade bíblica, sua bússola moral e seu zelo missionário.
Arrependemo-nos de nosso mundanismo. Fomos influenciados pelos “evangelhos” de nossa cultura secular, que não são evangelhos. Enfraquecemos a igreja pela nossa própria falta de arrependimento sério, tornamo-nos cegos aos pecados em nós mesmos que vemos tão claramente em outras pessoas, e é indesculpável nosso erro de não falar às pessoas adequadamente sobre a obra salvadora de Deus em Jesus Cristo.
Também apelamos sinceramente a outros evangélicos professos que se tenham desviado da Palavra de Deus nos assuntos discutidos nesta declaração. Incluímos aqueles que declaram haver esperança de vida eterna sem fé explícita em Jesus Cristo, os que asseveram que quem rejeita a Cristo nesta vida será aniquilado em lugar de suportar o juízo justo de Deus pelo sofrimento eterno e os que dizem que os evangélicos e católicos romanos são um em Jesus Cristo, mesmo quando a doutrina bíblica da justificação não é crida.
A Aliança de Evangélicos Confessionais pede que todos os crentes dêem consideração à implementação desta declaração no culto, ministério, política, vida e evangelismo da igreja.
Em nome de Cristo. Amém.
Aliança de Evangélicos Confessionais
Cambridge, Massachusetts
20 de abril de 1996

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